Em uma tentativa de acenar aos eleitores afroamericanos, o presidente dos EUA, Joe Biden, fez a primeira aparição pública desde o atentado contra o republicano Donald Trump, no último sábado. O democrata subiu ao palco da 115ª Convenção da Associação Nacional para o Progresso de Pessoas de Cor (NAACP), em Las Vegas, às 14h10 (18h10 em Brasília) desta terça-feira (16), e abandonou o tom amistoso, menos de 72 horas depois da tentativa de assassinato do rival.
“Somente porque devemos baixar a temperatura, e a nossa política está relacionada à violência, não significa que deveríamos deixar de falar a verdade. (…) A presidência de Trump foi um inferno para os americanos negros”, afirmou Biden, em um discurso enfático e enérgico. A 2,8 mil quilômetros dali, em Milwaukee (Wisconsin), a Convenção Nacional Republicana uniu ex-adversários políticos de Trump em solidariedade ao magnata, como Ron DeSantis, governador da Flórida, e Nikki Haley, ex-embaixadora dos EUA nas Nações apelidada pelo ex-presidente, no passado, de “cérebro de passarinho”. Haley chamou o agora aliado de “inelegível” e “inadequado para o cargo”.
Trump e o candidato a vice, o senador J.D. Vance, também marcaram presença no Fiserv Forum. Na noite de segunda-feira (15), o ex-republicano fez uma entrada triunfal na convenção do partido e foi ovacionado pela multidão, enquanto usava uma bandana na orelha direita. No seu pronunciamento, Biden acusou Trump de “mentir como o inferno” sobre a economia dos Estados Unidos. “O desemprego entre americanos negros atingiu uma baixa recorde no meu governo. (…) Ele explodiu a economia”, acusou. Biden prometeu que seu governo “se parecerá com os EUA”. “Tenho orgulho do governo mais diverso da história”, disse. Ele tornou a reconhecer que a política norte-americana “ficou aquecida demais e fez um apelo à paz. “Todos nós temos a responsabilidade de baixar a temperatura de condenar violência em quaisquer formas. Vamos dizer, a uma só voz: “As balas não são a resposta”, pediu.
O presidente lembrou que “mais crianças morrem, nos EUA, por disparos de armas de fogo do que por qualquer outro motivo”. “Isso é espantoso e doentio! Quem repudiar a violência na América una-se a mim e vamos tirar as armas de todas as ruas do país. É hora de torná-las ilegais”, defendeu Biden. Ele prometeu proibir a venda de fuzis semiautomáticos semelhantes ao usado pelo atirador Thomas Matthew Crooks, 20 anos, para tentar assassinar Donald Trump, no último sábado, na cidade de Butler (Pensilvânia).
Suposto complô do Irã
A imprensa dos EUA divulgou que as autoridades do país obtiveram dados sobre um suposto complô do Irã para assassinar Trump. As informações repassadas por “uma fonte humana”, segundo a emissora CNN, levaram o Serviço Secreto a reforçar a segurança do ex-presidente republicano. No entanto, não há indicações de que a suposta conspiração estaria associada ao atentado do último sábado (13). Trump teria tomado conhecimento do caso antes do comício em Butler, na Pensilvânia.
Em janeiro de 2020, sob o governo Trump, os Estados Unidos bombardearam o carro que conduzia Qasem Soleimani, comandante da Guarda Revolucionária Iraniana. A execução de Soleimani seria um dos pretextos para um atentado contra a vida do magnata republicano. Ainda de acordo com a CNN, advertências sobre o planejamento operacional de um ataque a Trump coincidiram com o aumento nas menções a Trump em perfis iranianos nas redes sociais, inclusive da mídia estatal. A mídia dos EUA anunciou que Biden considera “seriamente” endossar grandes reformas na Suprema Corte, como limitar a instituição a nove juízes e apoiar mudanças éticas e na imunidade dos magistrados.
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