Campanha de Dilma em 2014 custou R$ 800 mi e maior parte era ilícito, diz Palocci

O ex-ministro da Fazenda Antônio Palocci afirmou em delação no processo da Operação Lava Jato, que a campanha presidencial de Dilma Rousseff (PT) em 2014 custou R$ 800 milhões, sendo a maior parte em dinheiro ilícito. O valor é mais do que o dobro do que foi oficialmente informado pela candidata em sua prestação de contas em um total de R$ 350 milhões. Palocci relacionou parte da arrecadação ilícita com compensação de empresas por contratos obtidos com a Petrobras. Segundo ele, o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva quem articulou esse esquema de obtenção de dinheiro.

O advogado de Lula chamou as declarações de mentirosas. O juiz da 13ª Vara Federal do Paraná, Sergio Moro, levantou o sigilo da colaboração feita por Palocci nesta segunda-feira (1º), a poucos dias da eleição que ocorre no próximo domingo. O depoimento foi dado em 13 de abril de 2018. Dilma é candidata ao Senado por Minas Gerais e estaria liderando as pesquisas.

No final de sua colaboração, Palocci deu um exemplo de que, se uma campanha custasse R$ 500 milhões, “ao menos 400 não têm origem lícita”. Em seguida, o documento registra declaração do ex-ministro petista: “Que pode citar que as campanhas presidenciais do PT custaram em 2010 e 2014 aproximadamente, 600 e 800 milhões de reais, respectivamente”.

Antes, o ex-ministro da Fazenda afirmou que o ex-presidente Lula atuou diretamente na nomeação de diretores da Petrobras, e daria preferência na Petrobras a construtoras como a OAS, Odebrecht, Andrade Gutierrez e Camargo Corrêa porque poderiam dar contribuições para campanhas eleitorais. E acusou Lula de participar de uma reunião no início de 2010 para alinhavar o esquema.

“QUE, inclusive, pode afirmar que participou de reunião, no início de 2010, na biblioteca do Palácio do Alvorada, com a presença também de Luiz Inácio Lula da Silva, Dilma Rousseff e José Sérgio Gabrielli, na qual o então Presidente da República foi expresso ao solicitar do então presidente da Petrobras que encomendasse a construção de 40 sondas para garantir o futuro político do país e do Partido dos Trabalhadores com a eleição de Dilma, produzindo-se os navios para exploração do pré-sal e recursos para a campanha que se aproximava”, diz o documento.

Palocci ainda afirmou que Lula o encarregou de “gerenciar os recursos ilícitos que seriam gerados e o seu devido emprego na campanha de Dilma Rousseff para a presidência da República.” Nas palavras do ex-ministro da Fazenda no governo petista, essa foi a primeira reunião em que Lula tratou da arrecadação de campanha relacionada a contratos da Petrobras.

Em nota, o advogado de Lula Cristiano Zanin classificou como mentira as afirmações de Palocci. Ainda atacou a decisão de Moro de tirar o sigilo do depoimento neste momento.

Nota do advogado:

“Moro juntou ao processo, por iniciativa própria (“de ofício”), depoimento prestado pelo Sr. Antônio Palocci na condição de delator com o nítido objetivo de tentar causar efeitos políticos para Lula e seus aliados, até porque o próprio juiz reconhece que não poderá levar tal depoimento em consideração no julgamento da ação penal. Soma-se a isso o fato de que a delação foi recusada pelo Ministério Público. Além disso, a hipótese acusatória foi destruída pelas provas constituídas nos autos, inclusive por laudos periciais”, diz a nota do advogado. Procurada, a assessoria de Dilma ainda não havia retornado os contatos da reportagem até a última atualização deste texto.

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