Contra lei que favorece brasileiros, caminhoneiros prometem pode “parar” o Paraguai

Caminhoneiros do Paraguai estão em greve há quase uma semana por conta de uma lei que permite que carretas bi-trem circulem nas rodovias daquele país. A circulação destes veículos estava proibida até o começo deste ano quando uma determinação do Departamento de Obras Públicas permitiu que os caminhoneiros brasileiros pudessem entrar no Paraguai como os bi-trem para levar cargas até o porto de Concepcion.

A medida desagradou os caminhoneiros que iniciaram greves e bloqueios em rodovias e já causa desabastecimento de combustíveis, leite e até cerveja em alguns estados mais distantes da capital Assunção. Uma comissão de motoristas vai se reunir com senadores para tentar convencer os congressistas a mudar a lei que eles consideram prejudicial para os paraguaios. O encontro foi agendado pelo ex-presidente e senador Fernando Lugo. O senador disse ao jornal ABC Color que os manifestantes ainda não apresentaram a pauta da reunião, mas que o encontro vai a acontecer.

Roberto Almirón, coordenador dos caminhoneiros do Alto Paraná disse que eles vão parar o país e as estradas paraguaias contra a decisão governamental. Almirón foi duro nas críticas e fez ameaças. “Vamos parar o Paraguai. Os políticos bandidos querem ser donos de nosso país e não vamos permitir”, disse ele.

Ele ainda diz que cinco empresários brasileiros e o presidente Orestes Cartes estão por trás da liberação dos bi-trem. “Eles possuem dois mil bi-trem prontos para trabalhar e serão os donos das rodovias”, finalizou o sindicalista. Já o Ministério de Obras Públicas diz que a medida vai permitir que os produtos brasileiros sejam exportados pelos portos de Concepcion e Assunção e que isso vai gerar riquezas e empregos para o Paraguai.