DEFRON comanda força tarefa e desmonta rede de tráfico sediada em Maracaju

A Polícia Civil, através da Delegacia Especializada de Repressão aos Crimes de Fronteira-DEFRON, com o apoio das Delegacias de Ponta Porã, Anaurilândia, Maracaju, Deleagro, Rio Brilhante, SIG de Nova Andradina e do DOF desencadeia a “Operação El Patron” (O Patrão), cumprindo 7 mandados de Prisão Preventiva e 9 de Busca e Apreensão em Maracaju. Também ocorrem bloqueio/sequestro de cerca de 15 milhões em bens pertencentes aos integrantes de organização criminosa voltada ao tráfico de drogas.

No dia 26 de agosto de 2020 o DOF realizou, até então, a maior apreensão de maconha registrada no Brasil, quando uma carreta que transportava 33 toneladas da droga foi interceptada em estrada vicinal de Maracaju. Na ação foram presos em flagrante apenas dois indivíduos que atuavam como “batedores” da carga. Dias depois, o motorista da carreta foi preso pela DEFRON na cidade de Nova Mutum, em Mato Grosso, para onde empreendeu fuga. A partir de então, por quase um ano, a DEFRON passou a realizar contínuas diligências para identificar o proprietário da milionária carga de droga, bem como apontar os demais envolvidos na trama e a logística por eles adotada.

Assim, foi descoberta uma complexa e sofisticada estrutura montada com a específica finalidade de envio de grandes cargas de maconha para diversos Estados do país, sendo os líderes da organização criminosa e associação para o tráfico baseados na cidade de Maracaju, onde atuam com a fachada de empresários do ramo de transportes.

A investigação desenvolvida pelo Setor de Inteligência da DEFRON, com apoio da inteligência do DOF, apontou que o casal que chefiava a organização é proprietário de uma transportadora sediada na cidade de Maracaju, empresa que detém em sua frota várias carretas, além de que, para ocultar a propriedade de outras, simulava contratos de arrendamento ajustados com pessoas físicas e jurídicas utilizadas como “laranjas”.

Especificamente sobre a carreta que transportava as 33 toneladas apreendidas, a DEFRON identificou que o veículo foi adquirido pelo casal pouco mais de um mês antes de ser apreendida com a droga, tendo eles, para ocultar a propriedade, colocado o veículo em nome do motorista que foi preso em Mato Grosso.

Também, foi descoberto que o carro utilizado pelos batedores presos em flagrante, um Ford Ka, pertencia aos empresários, tendo eles, mais uma vez, utilizado um artifício para tentar ocultar a propriedade do bem. Aprofundada a investigação por parte da Inteligência, foi apurado que vários familiares do casal atuaram no caso das 33 toneladas, dentre eles o pai, o irmão e o primo do empresário líder do esquema criminoso, cada um desempenhando uma função específica.

Inclusive, o narcoempresário, tal como era de costume no transporte de outras cargas de maconha, durante todo o trajeto da carreta, que se encontrava carregada com a carga em um sítio de propriedade dele, no município de Rio Brilhante, acompanhou em sua caminhonete a saída da propriedade rural e permaneceu nas proximidades, e mediante a utilização de radiocomunicador, passando os comandos sobre a rota a ser seguida e demais assuntos.

No transcorrer das investigações, além de sedimentado o proprietário das 33 toneladas de maconha, chamado por El Patrón pelos comparsas, sendo ele o marido da proprietária da transportadora, daí o nome da operação, apurou-se que neste ano, além de várias cargas menores, a organização criminosa, além de outras cargas menores, teve êxito em encaminhar para São Paulo 23 toneladas de maconha, o que foi motivo, inclusive, de comemoração com grande festa.

Além de realizar a festa, os trabalhos dos policiais revelam que o líder da organização, empresário muito conhecido em Maracaju, como o ápice da comemoração pelo grande lucro com a entrega das 23 toneladas de maconha, contratou uma prostituta de luxo residente em São Paulo, pagando R$ 5 mil pela diária, não incluso nesse montante as despesas com a passagem aérea até Campo Grande, local onde se encontraram.

Buscas iniciadas ao amanhecer.

Também, identificou-se que dentre os membros da complexa e estruturada organização criminosa havia um especialista na instalação de radiocomunicadores de forma simulada, modo pelo qual era estabelecida a comunicação durante o transporte das cargas de maconha. Esse indivíduo, residente em Sidrolândia, é proprietário de uma oficina mecânica na cidade e já possui passagem criminal por instalação irregular de radiocomunicadores, atividade que depende de autorização da Anatel.

Dado à expertise do indivíduo morador em Sidrolândia na instalação dos equipamentos em muitos veículos apreendidos no tráfico de drogas, mesmo sendo submetidos à perícia, não eram identificados os rádioscomunicadores que eram instalados dentro dos painéis e para serem ativados necessitava-se da realização de múltiplos comandos, tal como o acionamento simultâneo das setas e do botão do ar condicionado.

Diante desse quadro foi deflagrada na manhã desta sexta-feira a “Operação El Patrón” (O Patrão), cumprindo mandados em Maracaju, além do bloqueio/sequestro de cerca de 15 milhões de Reais em bens pertencentes aos integrantes de organização criminosa voltada ao tráfico de drogas.

Entre os bens sequestrados, com apreensão/indisponibilidade judicial, estão diversas carretas, automóveis e imóveis residenciais e comerciais, pertencentes aos integrantes da organização criminosa e outros em que figuram como proprietários “laranjas” dos indivíduos, além de bloqueadas várias contas bancárias.

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