Eleita paraninfa, ministra da Agricultura é confrontada por aluna em Piracicaba

A ministra da Agricultura, Tereza Cristina, foi confrontada por uma aluna ao participar de uma palestra após ser convidada para ser paraninfa na formatura deste ano na Escola Superior de Agricultura Luiz Queiroz (Esalq/USP), em Piracicaba (SP). Nara Perobelli disse em seu discurso que a ministra representa um governo que tem o modelo da “bancada imperialista, sustentado no capital e na desigualdade” e que “em 2019 gerou incêndios de proporções assustadoras e prendeu e matou ambientalistas, indígenas, quilombolas, agricultores, mulheres, negras e lgbt+”. O caso ocorreu nesta terça-feira.

“Hoje, segurando este microfone, tenho orgulho de representar quem entende por meio da ciência, da ética e do amor sem rótulos que uma outra agricultura e modelo de sociedade são possíveis. Este grupo de pessoas é formado por estudantes, professores e funcionários que fazem pesquisas fundamentadas na agroecologia, nesta universidade que é pública e que é de todos e todas”, disse a estudante.

“Para este grupo que faço parte, é intragável que esta escola, que se diz gloriosa, seja conivente com uma forma de produção e um projeto de país que baseia no lucro. Excluindo as pessoas do campo e desconsiderando as múltiplas funções da agricultura”, afirmou Nara. Para a aluna, a ministra representa um governo que “silenciou cientistas, pesquisadores, professores” e que subjugou “qualquer tipo de pessoa que apontou os erros na agricultura com palavras e dinheiro.”

“Você não nos representa e não foi escolhida de uma forma democraticamente paraninfa ou paraninfo que do alto cargo de liderança que possui, escolha fazer política desta forma”, finalizou. A aluna foi aplaudida pelos outros alunos presentes.

Democracia

A ministra reagiu num tom tranquilo, e disse que o discurso da formanda é parte da democracia. “Vivemos num país democrático. Sou deputada federal antes de ser ministra. Democracia pode dar voz a todos que discordam. Essa é a beleza da democracia. Você é muito jovem. A ideologia de cada um – cada um tem a sua – é a beleza da democracia. De expressar livremente o seu pensamento, apesar de não concordar plenamente com ele. Apesar de não te representar, fico feliz de ter sido escolhida por parte dos alunos dessa escola”, disse Tereza Cristina.

A ministra é conhecida popularmente como a “musa do veneno”. Ela foi responsável pelo Projeto de Lei 6.299/2002, apelidado de “PL do veneno”, que flexibiliza as regras para o consumo de pesticidas nas lavouras do país. A proposta já foi aprovada numa comissão especial e aguarda votação no plenário da Câmara.

Além disto, ela defende o fim da “indústria da multa” em relação aos órgãos do meio ambiente. E é ferrenha defensora do PL 3.729/2004, que flexibiliza as normas para o licenciamento ambiental e beneficia empresários do meio rural. Tereza, também é opositora aos indígenas e aos sem-terra.

Fonte: O Estado de Minas

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