Em Mato Grosso CPI da Energisa descobre mortes e ferimentos

O depoimento do eletrotécnico Dillon Caporossi, presidente do Sindicato dos Trabalhadores nas Indústrias Urbanas (STIU-MT), revelou graves denúncias contra a Energisa, investigada por Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) na Assembleia Legislativa de Mato Grosso. Ele comentou sobre três acidentes que resultaram em duas mortes e uma pessoa ferida, em que haveria eventual responsabilidade da empresa. O deputado Elizeu Nascimento (DC), que preside os trabalhos, prometeu encaminhar o resultado das investigações ao Ministério Público Estadual (MPE).

Caporossi citou três acidentes que resultaram em duas mortes e um terceiro com ferimentos graves. O primeiro aconteceu no dia 14 de abril de 2019, por volta das 22h, na linha 15, no bairro Cinturão Verde, em Cuiabá. O acidente ocorreu quando um cabo de alta tensão de 13,8 Kv partiu e caiu em cima de um caminhão de som estacionado nas proximidades de onde estava sendo realizado um culto religioso, ao ar livre, da igreja Assembleia de Deus. Ao tocar no veículo, Luis Carlos Smith, sofreu uma descarga elétrica e morreu.

No dia 27 de outubro, também deste ano, um morador da comunidade Rio dos Couros (que não teve o nome divulgado), zona rural de Cuiabá, morreu eletrocutado durante uma operação de limpeza na rede de energia que passa pela localidade, a vítima estaria ajudando funcionários da concessionária de energia na religação de um cabo também rompido.

“Os funcionários não tinham material suficiente para proceder a poda das árvores, por isso os moradores, que estavam sem energia há três dias, resolveram ajudar com motosserra e outros equipamentos. Após a limpeza, o funcionário puxou o fio que estava rompido para fazer a religação, a outra ponta se desenrolou, atingiu o morador e o eletricista (funcionário da Energisa) também foi atingido e teve ferimentos graves”, contou o sindicalista.

Para o presidente do sindicato, a falta de experiência (o trabalhador ferido atuava na empresa somente há seis meses), a redução da força de trabalho e a falta de manutenção preventiva nas linhas podem ter contribuído para o acidente.

O terceiro fato aconteceu no dia primeiro de novembro, quando um funcionário da empresa sofreu um acidente durante a manutenção de linhas na região de Chapada dos Guimarães, a 65 km de Cuiabá. Nesse caso, uma árvore caiu e atingiu o trabalhador, que acabou sofrendo lesão grave, mas saiu com vida.

Conforme a advogada Fabrina Gouvêa, a empresa e diretores podem eventualmente arcar com responsabilidade pelas mortes, inclusive na esfera criminal – caso seja provado que a suposta falta de manutenção das redes e de adoção das obrigatórias medidas de segurança tenham sido fatores determinantes para os acidentes fatais.

“Seriam então casos de homicídio culposo causado por imprudência ou negligência, mas isto evidentemente demanda o devido processo legal, prova pericial e eventualmente sentença judicial, assegurada a ampla defesa; de qualquer forma, extrapola a competência da Comissão Parlamentar de Inquérito”, pontuou.

O procurador Francisco de Brito advertiu que a comissão não apenas tem poderes para tal, como de fato vai investigar as denúncias. “Claro que ela refere-se ao processo criminal, que é de alçada do Poder Judiciário, vez que a CPI tem competência para promover a inquisição de todas as ilegalidades levadas ao conhecimento dos parlamentares e mesmo endossar as denúncias se provadas forem”, sentenciou.

Sob a presidência do deputado Elizeu Nascimento, foi instalada no dia 8 de outubro, na Assembleia Legislativa, uma Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) com o objetivo de averiguar possíveis irregularidades praticadas pela Energisa. A comissão terá 180 dias para apurar os indícios de irregularidades e, nesse momento, está levantando todas essas denúncias.

Morte também em Campo Grande

O trabalhador Edilson Cabral Pereira de 49 anos, morreu na manhã do último dia 14, ao sofrer uma descarga elétrica, no bairro Pioneiros, em Campo Grande, após fios de alta tensão se romperem na rua. Edilson estava fazendo entrega de carvão em uma casa de carnes, quando o acidente aconteceu.

O cabo da rede elétrica que apresentava emenda se rompeu atingido a carroceria metálica do caminhão e Edilson, que abria a tampa traseira do furgão. O acidente ocorreu na rua Ana Luísa de Souza, no Bairro Pioneiros.

Populares residentes e trabalhadores na região, afirmaram que no dia anterior funcionários da Energisa trabalhada na rede arrebentada após um estouro e fizeram uma emenda no cabo. Funcionário da Energisa que atendeu o caso, negou que a manutenção ou a emenda no cabo tenha provocado o rompimento, que atribuiu a possível raio, não informando sobre aterramento da rede no local.

Cabo rompido matou um homem em Campo Grande este mês.

Fontes: Olhardireto/ALMT

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