Os vereadores da Câmara Municipal de Campo Grande celebraram, nesta quarta-feira (7), o Dia Internacional da Mulher em solenidade com a entrega da Medalha “Celina Martins Jallad”. Na cerimônia, diversas mulheres foram homenageadas em reconhecimento aos relevantes serviços prestados a sociedade campo grandense.
“Somos força, coragem, elegância, belezas, guerreiras, bravas, somos alegria e, em muitos momentos, tristeza. Somos emoção e temos infinitas qualidades, e não dependemos de nada nem ninguém para nos motivar. Mas, às vezes, precisamos usar essas qualidades a nosso favor para fazermos a diferença em um mundo que depende muito de nós”, discursou a vereadora Dharleng Campos.
A solenidade em comemoração ao Dia Internacional da Mulher, comemorado anualmente em 8 de março, foi instituída na Casa de Leis por meio das Resoluções, a última delas em 2013. As homenagens foram realizadas no Plenário Oliva Enciso, local que leva o nome da primeira mulher vereadora de Campo Grande, que presidiu a Casa de Leis de 5 a 28 de janeiro de 1958 e em 1959.
Outra vereadora, Cida Amaral cobrou maior participação da mulher na política. “As mulheres, atualmente, ocupam menos de 10% dos cargos públicos, enquanto são mais de 51% da população votante. É claro que a conta não bate: somos maioria dos eleitores e minoria de agentes políticos. Precisamos de paridade na política. Temos valorosas mulheres que podem abrilhantar o campo político com dinamismo, inovação e muita força de luta”, afirmou.
Falando em nome das homenageadas, Elezita Santos de Oliveira Vercelino lembrou os vários tipos de violência sofridos pelas mulheres, que, mesmo em pleno século 21, ainda vivem em uma sociedade machista. “A mulher espera que seus direitos sejam respeitos, que a violência sofrida por ela seja exemplarmente punida: assédio sexual, violência física, violência verbal, pressão psicológica no trabalho. Muitas ainda são submissas em seus lares, sendo vistas, vejam só, como sexo frágil”, lamentou.
Já a deputada estadual Mara Caseiro, que representou a Assembleia Legislativa na solenidade, lembrou que seu trabalho é pautado, principalmente, na atuação pelas mulheres. “Olho no espelho e vejo um pouco de cada mulher em mim. Assim, busco dirigir meu trabalho na Assembleia. Precisamos de mais representatividade na política. O machismo ainda é um problema recorrente. O sistema de cotas garante quantidade mínima de candidatas mulheres, mas não lhes garante os mesmos benefícios para que possam efetivamente concorrer”, discursou.
Ex-vereadora, a subsecretária de Políticas para a Mulher de Campo Grande, Carla Stephanini, afirmou que a desigualdade de gênero é visível, também, no ambiente de trabalho. “Essa desigualdade é expressa na diferença de salários, na violência e no número de feminicídios, quando a mulher é assassinada justamente por ser mulher. A representatividade da mulher na política é que vai fazer a diferença para acelerar o processo de igualdade. Sem mulher no parlamento, esses passos serão lentos”, analisou.
Por fim, a titular da Secretaria de Estado de Direitos Humanos, Assistência Social e Trabalho (Sedhast), Elisa Cléia Nobre, que representou o Governo do Estado, reforçou a necessidade do protagonismo da mulher nas decisões da sociedade. “Buscamos o protagonismo das nossas mulheres, sermos um referencial de luta por elas. Estamos em um momento em que nós, mulheres, somos a maioria da população, mas muitas ainda se sentem inferiores aos homens”, finalizou.
Com assessoria
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