Empresa direcionou mais de R$ 10,8 milhões para Michel Temer

As investigações do Ministério Público Federal apontam que o coronel João Baptista Lima, o coronel Lima, e o presidente da Eletronuclear, Othon Luiz Pinheiro da Silva, eram os maiores elos do ex-presidente Michel Temer no esquema de corrupção que movimentou quase R$ 1,8 bilhões.

A operação batizada de Descontaminação deflagrada pela Polícia Federal nesta quinta-feira cumpre dez mandados de prisão preventiva e dois de temporária. Temer, o ex-governador do Rio e ex-ministro de Minas e Energia, Wellington Moreira Franco, e o coronel Lima vão ficar presos na Unidade Prisional Especial da PM, o BEP, em Niterói.

De acordo com decisão do juiz Marcelo Bretas, da 7ª Vara Federal Criminal, o valor de mais de R$ 10,8 milhões pago AF Consult do Brasil foi direcionado para o pagamento de vantagem indevida a Temer com a participação de coronel Lima. A investigação mostra um esquema sofisticado de montagem de empresas em uma verdadeira teia com o objetivo de fomentar o esquema de corrupção. Coronel Lima usaria a Argeplan Arquitetura, um pequeno empreendimento, para contratos milionários.

Para desmontar a estrutura criminosa, a delação premiada de João Antunes Sobrinho, da Engevix, que foi procurado por coronel Lima, em 2010, por indicação de Othon Luiz. “João Baptista, sócio-proprietário da empresa Argeplan Arquitetura, uma vez que esta empresa pretendia firmar parceria com a empresa AF Consult Internacional, para execução de projeto em ANGRA 3, por meio de licitação internacional promovida pela Eletronuclear naquela época”, revelou.

O colaborador enfatizou que o consórcio da Engevix com a AF Consult do Brasil só foi possível por causa da influência de Othon Luiz para beneficiar o coronel Lima “(…) jamais uma empresa do porte da Argeplan poderia associar-se às demais empresas para realização de projeto desta magnitude e complexidade, relacionado à área nuclear”, explicou Sobrinho.