A primeira estação espacial chinesa, pesando sete toneladas, fará uma reentrada descontrolada na atmosfera terrestre e se desintegrará totalmente por volta do próximo domingo, segundo a Agência Espacial Europeia (ESA). “O mais provável é que queime devido ao calor extremo gerado por sua passagem pela atmosfera em alta velocidade”, assinalou a agência, em um comunicado.
Alguns restos do laboratório espacial Tiangong-1 provavelmente cairão no oceano ou em terra firme, mas as possibilidades de que causem danos humanos são ínfimas, segundo Stijn Lemmens, especialista em resíduos da Agência Espacial Europeia com sede em Darmstadt, na Alemanha.
“Depois de 60 anos de voos espaciais, nos aproximamos da cifra de 6 mil reentradas descontroladas de grandes objetos na Terra. São, em sua maioria, satélites e partes superiores de foguetes”, disse. Mais de 90% desses resíduos pesavam 100 kg ou mais. “Somente em uma ocasião, um fragmento atingiu uma pessoa, mas sem feri-la”, assinalou o especialista.
Chances ínfimas de atingir alguém
Lemmens calculou as possibilidades de alguém ser atingindo por resíduos espaciais em uma em 1,2 bilhão, 10 milhões de vezes a menos do que ser atingido por um raio. O Programa Espacial da China, que lançou o Tiangong-1 (Palácio Celestial) em 2011, apenas informou sobre o destino da estação espacial.
Ela é a primeira do país capaz de abrigar astronautas e projetada com o objetivo de experimentar tecnologias relacionadas com atracar no Espaço. O programa publica diariamente, em seu site oficial, sua trajetória descendente, e sua altura média. Nesta terça, era de 207,7 km.
Missões
A agência de notícias estatal Xinhua disse, citando a agência espacial chinesa, que o laboratório “queimará completamente enquanto entra na atmosfera”. Durante seus dois anos de vida operacional, o Tiangong-1 participou de duas missões com tripulação e uma sem.
Como para todos os satélites e naves espaciais de grande tamanho, a estação havia sido programada para uma “reentrada controlada” depois de sua vida útil, com uma queda no Oceano Pacífico, longe de qualquer zona habitada.
Mas em março de 2016, a estação espacial “parou de funcionar, embora tenha mantido sua integridade estrutural”, indicou a ESA.
“Presume-se que Tiangong-1 se desintegrará durante sua reentrada atmosférica e que alguns fragmentos sobreviverão ao processo e alcançarão a superfície da Terra”, declarou a ESA.
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