Governador do Rio, Luiz Fernando Pezão é preso pela Polícia Federal

O governador Luiz Fernando Pezão (MDB), do Rio de Janeiro, foi preso, na manhã desta quinta-feira (29), na Operação Boca de Lobo, da Polícia Federal. O governador recebeu voz de prisão no Palácio Laranjeiras, residência oficial do governo do estado, quando tomava café da manhã, por volta das 6h loca.

Cerca de 1h30 depois, ele deixou à residência e um comboio o escoltou até a superintendência da Polícia Federal (PF) no Rio, na Praça Mauá. Pezão é acusado de receber propina durante os sete anos em que foi vice-governador nos mandatos do então governador Sérgio Cabral (2007-2014). Ao todo, a operação, um desdobramento da Lava Jato no Rio, pretende cumprir nove mandados de prisão e 30 de busca e apreensão, expedidos pelo Superior Tribunal de Justiça (STJ).

A operação é resultado de delação premiada de Carlos Miranda, apontado como o operador da quadrilha chefiada por Cabral. De acordo com Miranda, Pezão recebia ilegalmente uma mesada de R$ 150 mil quando era vice-governador e teria recebido dois prêmios no valor de R$ 1 milhão e um terceiro de R$ 300 mil para fazer obras em sua casa, em Barra do Piraí, no Sul Fluminense.

Os agentes da PF, do Ministério Público Federal (MPF) e da Receita Federal também estão no Palácio Guanabara, sede do governo do estado, para cumprir mandados de busca. Há ainda buscas na casa do governador em Piraí. Além do governador, o secretário de Obras, José Iran Peixoto Júnior, também é alvo da operação. Estão sendo feitas ainda buscas na residência de Hudson Braga, ex-secretário de Obras de Cabral, na Barra da Tijuca, na Zona Oeste.

População festeja

Na porta da superintendência da Polícia Federal (PF), pessoas que passavam comemoravam a prisão do governador Luiz Fernando Pezão (MDB). “Já estava na hora. Demorou muito”, disse um. Outro gritou: “Por quê ele não chegou ainda? Está tomando café no Palácio (Laranjeiras)?”.

Citado por Paulo Melo

A prisão de Pezão aconteceu dois dias depois de depoimentos de caciques do MDB presos na Operação Cadeia Velha, em novembro de 2017, e também alvos da Operação Furna da Onça, deflagrada no último dia 8, à Polícia Federal. O governador, do mesmo partido do parlamentar, foi citado pelo deputado Paulo Melo como tendo procurado os deputados presos na Furna da Onça para que eles indicassem cargos no governo do estado, principalmente no Detran.

A Furna da Onça investiga 10 deputados, um ex-secretário de Governo e outros servidores públicos suspeitos de transformar a Alerj em uma “Propinolândia”. Eles teriam montado uma rede de corrupção ligada ao ex-governador Sérgio Cabral, também do MDB, para lavagem de dinheiro e loteamento de cargos públicos e mão-de–obra terceirizada em órgãos da administração estadual.

No depoimento, Paulo Melo também admitiu que fez indicações, revelando o nome de Carla Adriana Pereira, então diretora de Registro do Detran, como uma delas. Presa na Furna da Onça, Carla Adriana é suspeita de ser uma das operadores do esquema.
Os juízes que estão a frente da operação sabatinaram Paulo Melo, principalmente, sobre as planilhas e anotações feitas a mão com divisão de cargos em órgãos e até na Alerj, apreendidas na casa de Shirlei Aparecida Martins Silva, ex-chefe de gabinete de Albertassi e então subsecretária dos Programas Sociais da Secretaria de Ciência, Tecnologia, Inovação e Desenvolvimento Social. Ela também foi presa na Furna da Onça.

Paulo Melo e Edson Albertassi estão presos em Bangu e Jorge Picciani está em prisão domiciliar por causa da Cadeia Velha. Cabral está preso desde novembro de 2016, quando foi alvo da Operação Calicute. Ele é suspeito de receber milhões em propina para fechar contratos públicos durante sua gestão no Governo do Rio. Atualmente, o ex-governador está em Bangu e já acumula mais de 180 anos de prisão em sete condenações.

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