Lançada hoje, campanha já objetiva área livre de aftosa sem vacinação para MS

O lançamento da campanha de vacinação contra a febre aftosa deste ano, aconteceu na manhã desta quarta-feira (9) na fazenda Embriza Biotecnologia, em Campo Grande, e teve o simbolismo de contagem regressiva de um evento que pode estar perto da extinção. Em sendo cumpridas todas as etapas exigidas pela Organização Mundial de Saúde Animal (OIE), Mato Grosso do Sul – e também todo o País – estará dispensado de vacinar o rebanho contra a doença a partir de 2023.

Neste mês a OIE vai conceder ao Brasil o Certificado de Área Livre da Aftosa com Vacinação, coroando um trabalho que se estende desde 2006, quando ocorreu o último foco da doença em Mato Grosso do Sul. O secretário de Estado Jaime Verruck, da Semagro (pasta que reúne Meio Ambiente, Desenvolvimento Econômico, Produção e Agricultura Familiar), lembrou do longo caminho percorrido nesses 12 anos, do investimento público feito pelo Governo do Estado e também da atuação firme dos pecuaristas, dos profissionais da área e dos agentes de fiscalização tanto estaduais quanto federais, para debelar o vírus e impedir que um caso isolado se transformasse em tragédia econômica nacional.

“Daqui pra frente é fundamental mantermos a vigilância, sobretudo na região de fronteira, considerada Zona de Alta Vigilância. Temos a noção de nossa responsabilidade e da importância de Mato Grosso do Sul para todo o País nessa luta para manter a sanidade do rebanho bovino”, afirmou. “Estamos caminhando para essa nova conquista, e isso requer uma alteração de estratégia, nova metodologia, reforço na vigilância. Estamos preparados”, prosseguiu.

A campanha

A Campanha contra a febre aftosa em Mato Grosso do Sul começou oficialmente dia 1º e se estende até o dia 31 de maio nas regiões de Planalto e Fronteira. No Pantanal, devido a especificidades locais, o prazo foi estendido até 15 de junho. O rebanho do Estado soma 21 milhões de cabeças de bovinos e bubalinos e a meta do Governo é vacinar 99% dos animais, embora a exigência dos órgãos sanitários seja atingir no mínimo 80%.

O diretor presidente da Agência Estadual de Vigilância Sanitária Animal e Vegetal (Iagro), Luciano Chiochetta, estima que na primeira quinzena da Campanha, entre 30% a 40% do rebanho já seja imunizado. A vacina garante cobertura contra a doença por um ano; após aplicar a vacina, o proprietário rural precisa informar à Iagro pelo site da Agência. O prazo final para fazer esse comunicado é até dia 15 de junho no Planalto e na região de Fronteira e até dia 2 de julho para os proprietários rurais estabelecidos no Pantanal.

No entender de Jaime Verruck, é fundamental que o Estado mantenha o índice de cobertura vacinal para os próximos anos e, se possível, chegue aos 100%, o que vai transmitir segurança aos organismos sanitários internacionais a respeito do trabalho desenvolvido e convencer as autoridades da erradicação do vírus, portanto, possibilitando a suspensão da vacina. Isso pode ocorrer já a partir de 2021, com o Certificado de Área Livre da Aftosa sem vacinação sendo emitido dois anos após.

Na ocasião foi assinado Termo de Cooperação entre Iagro e Conselho Regional de Medicina Veterinária (CRMV) visando “a conjugação de esforços para estabelecer o intercâmbio de informações de interesse recíproco com vistas ao aperfeiçoamento das atividades de fiscalização de empresas que desempenhem atividades relacionadas com a produção de produtos de origem animal, laboratório de diagnósticos veterinários e demais empresas da área de biotecnologia da reprodução animal”.

Negócios

Esse reconhecimento amplia o leque de oportunidades de negócios com a carne bovina do Brasil, que hoje já chega a 150 países. O titular da Semagro lembra que Mato Grosso do Sul tem um rebanho altamente produtivo (reduziu em dois milhões de hectares a área de pastagem, mas mantém o volume de abate), é líder no abate de bezerro com até 24 meses de idade e tem carne de qualidade comprovada. A retirada da vacinação contra aftosa agrega valor e abre novos mercados à carne sul-mato-grossense, assegurou o secretário, motivo que leva a classe produtora a aderir maciçamente à campanha.

Com assessoria

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