Lideranças do PSDB tentam convencer Doria a desistir de candidatura

A crise no PSDB faz, hoje, (23), uma breve e, possivelmente tensa escala em São Paulo, quando estarão frente a frente dois dos principais antagonistas da novela em que se transformou a candidatura tucana à Presidência da República. O presidente do partido, Bruno Araújo (PE); e os líderes na Câmara, Adolfo Viana (BA), e no Senado, Izalci Lucas (DF), serão recebidos pelo pré-candidato da legenda, João Doria, em busca de um improvável acordo que pacifique o ninho tucano.

Os líderes do PSDB levam à capital paulista uma decisão já tomada pela Comissão Executiva da legenda: apoiar, ao lado do Cidadania, a candidata do MDB, senadora Simone Tebet (MS), em uma chapa única que represente o autodenominado centro democrático. Amanhã, as executivas dos partidos se reúnem separadamente, em Brasília, para formalizar a adesão à tríplice aliança.

Mesmo com a chancela da vitória nas eleições prévias do partido, ano passado, João Doria vem sendo isolado por influentes correligionários e por quase todos os pré-candidatos a governos estaduais já lançados pela legenda. O ex-governador paulista, porém, tem demonstrado resiliência para manter a pré-candidatura, e não dá indicações de que vá desistir.

O encontro entre Doria e Araújo terá ainda outro ingrediente, os arranjos políticos no estado de São Paulo. O presidente do PSDB é um dos principais interlocutores do atual governador paulista, Rodrigo Garcia, que apoiou Doria nas prévias e, agora, defende a união da terceira via. Mas o governante evita abrir uma frente de atrito com o pré-candidato, apesar de já ter demonstrado preocupação com o fraco desempenho do antecessor nas pesquisas, a ponto de acreditar que possa comprometer a própria reeleição.

Fontes tucanas consultadas pelo Correio Braziliense no fim de semana evitaram especular o resultado da reunião de hoje, mas não escondem que Bruno Araújo levará mais de uma alternativa para o caso de Doria admitir deixar a disputa em favor de Tebet. A vaga de vice ou um cargo de relevância na estrutura partidária são exemplos citados, apesar da oposição de uma ala do partido, liderada pelo deputado estadual Aécio Neves (MG).

Mesmo assim, o deputado mineiro foi uma das vozes que, na última reunião da cúpula tucana, semana passada, defendeu o diálogo com Doria antes de qualquer tomada de decisão. “Nós não podemos superar uma etapa sem ouvirmos o candidato João Doria, vencedor das prévias”, disse, na ocasião.

À imprensa, Aécio denunciou que o ex-governador de São Paulo está sendo vítima de “traição” dentro do partido, em referência às articulações entre Garcia e Araújo para consolidar o poder do atual governador na montagem dos palanques locais.
Mas Aécio também prefere ver Doria longe de qualquer perspectiva de poder. Para o grupo ligado ao deputado, o senador Tasso Jereissati seria o melhor nome, não só para compor chapa com Tebet, mas, também, para eventualmente substituir João Doria caso o PSDB decida seguir com candidatura própria, uma tese que vem ganhando adeptos entre tucanos pró e contra o atual pré-candidato.

Correio Braziliense

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