Em conversa com jornalistas após ser preso, nesta quinta-feira (19), o médico Denis Furtado disse que se considera inocente. Ele e a mãe, Maria de Fátima Barros, estavam sendo procurados pela morte da bancária Lilian Calixto, que faleceu horas após fazer um procedimento estético na cobertura de Denis, na Barra da Tijuca, na Zona Oeste do Rio.
Denis deu, à imprensa, informações diferentes do depoimento do taxista que levou Lilian ao apartamento dele, no sábado. O taxista Marcelo declarou que deixou a bancária por volta das 12h45 e que a esperou até 00h24. Segundo o motorista, quase 12 horas depois, Denis pagou R$ 300 e lhe dispensou, dizendo que levou a paciente para jantar e que ela estava bem. Na 16ª DP (Barra), o médico disse que o taxista foi liberado quando Lilian estava no Barra D’Or, para onde foi levada depois de sentir um enjoo.
“A Lilian me pediu: ‘Guarda as minhas joias e avisa ao meu taxista, para liberar ele (sic)'”, afirmou Denis. “Me considero inocente. Houve uma intercorrência na paciente que depende de vários fatores, além do fator médico. Ela se levantou da maca às 19h20 e veio a óbito às 2h, 3h da manhã. O sucesso de qualquer procedimento médico depende de vários fatores. Para o procedimento em si, foram realizados todos os requisitos. Solicitei todos os exames de sangue dela, compatíveis com o risco cirúrgico, coisa que não conheço outro médico que peça, mas eu peço”, disse.
Questionado sobre o motivo do procedimento ter sido feito na sua cobertura ao invés de uma clínica ou hospital, Denis respondeu que a aplicação poderia ser feita ‘em qualquer área capacitada’. “É possível realizar o procedimento em qualquer área capacitada onde o médico capacitado em bioplastia esteja ali presente, que seja utilizada a técnica correta. Tenho um livro escrito sobre técnicas de bioplastia, já realizei mais de 9 mil procedimentos de bioplastia facial, corporal e nunca tive nenhuma complicação. Não acredito que essa tenha sido a primeira”, afirmou.
Denis também comentou porque fugiu da polícia. Segundo o médico, ele sofreu um atentado no último domingo ao sair do Shopping Downtown, na Barra. “No domingo à noite, com shopping totalmente vazio, eu fui abordado por um carro descaracterizado da cor cinza, com os faróis apagados. O veículo me fechou, e um homem saiu com um fuzil na mão. Quando vi aquilo, engate a ré e fugi. Dispararam contra mim. Houve perseguição policial pelas ruas da Barra. Imaginei que fosse um revanchismo da família ou então bandido, assalto, sequestro. Não sabia o que estava acontecendo”, disse.
Segundo a delegada Adriana Belém, a polícia abordou Denis com um carro descaracterizado. Entretanto, de acordo com ela, os disparos teriam sido feito por um vigilante e não pelos policiais. Já sobre as anotações criminais antigas, como homicídio, porte ilegal de arma, exercício ilegal da profissão, Denis afirmou desconhecer tais crimes.
De acordo com o Conselho Regional de Medicina do Rio (Cremerj), Denis não tinha registro para atuar como médico no estado só poderia em Goías e em Brasília (neste último perdeu nesta quinta o registro) e a mãe está com o registro de médica cassado.
Além de Denis e Maria de Fátima, também foram indiciadas por homicídio doloso qualificado e associação criminosa a namorada dele, Renata Cirne, secretária no local, e a técnica de enfermagem Rosilane Pereira da Silva (a única que não teve prisão decretada).
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