Em uma operação conjunta da Polícia Federal e Receita Federal, foram encontrados milhões de reais escondidos dentro de parede falsa em uma residência em Curitiba (PR), e 33 mandados de busca foram cumpridos em três Estados brasileiros. A quantia ainda não foi contabilizada, mas a estimativa é de que supere US$ 3 milhões – ou R$ 14,8 milhões, na atual conversão.
A operação foi batizada de Follow the Money e está baseada no Paraná. A residência onde foram encontradas as notas estaria localizada no bairro de Barigui, região nobre de Curitiba. Segundo a Receita Federal, um empresário da capital paranaense, ligado ao ramo de transportes, construção e de aluguel de máquinas pesadas, é apontado como o chefe da organização criminosa. Ele, que não teve a identidade divulgada, já havia sido preso por tráfico internacional de entorpecentes e utilizava documentos falsos para não chamar a atenção. Durante as investigações, os órgãos federais identificaram mais duas remessas de cocaína vinculadas ao grupo criminoso, que somavam 1,5 tonelada da droga.
Como funcionava o esquema
Ainda de acordo com a Receita Federal, o empresário chefe do grupo utilizava dezenas de pessoas e de empresa laranjas. Alguns veículos de luxo eram adquiridos por ele em nome destes laranjas. Os imóveis para seu uso próprio eram adquiridos em nome de uma imobiliária e de uma empresa de participações, que foram responsáveis pela aquisição de ao menos três imóveis de luxo em Curitiba, utilizados para moradia.
Com o auxílio de um contador ligado aos criminosos, as empresas em nome do chefe dessa organização apresentavam declarações de faturamento à Receita Federal, mesmo sem prestar nenhum tipo de serviço ou sem qualquer registro de venda de mercadorias. Em uma dessas empresas, foram gastos mais de R$ 8 milhões na aquisição de máquinas pesadas para locação e prestação de serviços, mas, ao que tudo indica, nenhum serviço era prestado. A Receita chamou o arranjo de “sofisticado esquema de lavagem”.
O grupo fazia compensações de boletos (cobrança bancária) que eram pagos por empresas também ligadas à organização e suspeitas de serem exclusivamente utilizadas para movimentação de recursos ilícitos.
Noutra empresa ligada ao ramo de “atividades esportivas” e em nome da companheira do empresário, eram declarados valores que as investigações acreditam ser falsos, relativos a prestações de serviços apenas para justificar e dar aparência de licitude a gastos e despesas pessoais do casal que de fato eram suportados com recursos oriundos das atividades criminosas. Apenas nos últimos dois anos, as investigações encontraram a disponibilidade de cerca de R$ 18 milhões para gastos pessoais e aquisição de imóveis e veículos sem origem lícita conhecida.
Buscas
A PF e a RF cumpriram 33 mandados de busca e apreensão e dois de prisão temporária. Além de Curitiba, os mandados foram cumpridos em Piraquara, Tijucas do Sul, Pontal do Sul, Santo Antônio do Sudoeste, Londrina e Loanda, todos no Paraná. Fora do Estado, houve cumprimento de mandados em Camboriu, Balneário Camboriú, Barra Velha e Itapoá, estes em Santa Catarina, além de Barroquinha, no Ceará.
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