Polícia Civil desmonta esquema criminoso no OLX comandado por presidiários

Policiais civis da Delegacia de Combate ao Crime Organizado – DECO desarticularam uma associação criminosa formada por internos do sistema penitenciário de Mato Grosso do Sul. O bando preparou e mantinha esquema criminoso para a prática de estelionato e receptação através de produtos ofertados pelo site OLX.

Atuando há aproximadamente um ano em Campo Grande, com cerca de 358 Boletins de Ocorrência registrados apontando vítimas de golpes sofridos após oferta e negociação por meio do site da OLX de produtos diversos, a DECO acabou identificando os internos do Centro de Triagem de Campo Grande que estavam encabeçando o crime.

O bando contava com estrutura envolvendo apoio criminoso inclusive de motoristas de aplicativo para desfecho do crime, tendo pleno conhecimento de que estavam associados a presidiários custodiados na AGEPEN e que os produtos que auxiliavam a circular eram obtidos através de crime. Com os golpes, os presidiários adquiriram criminosamente produtos diversos, desde pizzas, cestas básicas, cestas de café da manhã, buque de flores, kits de maquiagem, guitarras, contrabaixos, saxofones, teclados, violões, aparelhos telefônicos celulares, amplificadores, pedaleiras, caixas de som, notebooks, roçadeiras, motosserra, mini motocross, veículos, motocicletas dentre outros produtos das mais diversas variedades, os quais, após estarem em suas posses, passavam novamente a ser negociados criminosamente com receptadores, fazendo girar um grande comércio clandestino de bens entre internos que geralmente destinavam a familiares, amigos e comparsas, contando sempre com o apoio de transporte e movimentação dos objetos por meio de motoristas de aplicativo que aferiam vantagem para apoio no conluio criminoso.

A ação criminosa foi orquestrada por um presidiário em Campo Grande já identificado, o qual, utilizando de um telefone celular cadastrado com dados obtidos fraudulentamente em torno de um pecuarista na região de Brasilândia, cadastrou-se junto ao site da OLX utilizando-se de outros dados falsos obtidos junto a internet como sendo de empresário do ramo de informática do Estado do Paraná, passando a interagir com as vítimas negociando produtos de seu interesse, utilizando-se de cobertura que seria pecuarista do interior do Estado e, ao conseguir fechar a negociação, indicava que estava fora da cidade e por isso, teria que fazer o pagamento do produto através de transferências bancárias, quando acabava por enviar um comprovante falsificado para as vítimas para simular o pagamento, sendo certo que até mesmo o comprovante bancário se tratava de documento obtido com dados oriundos de pesquisa na internet e que o interno acabava editando nos campos para atender à necessidade momentânea.

Após as vítimas confirmarem o recebimento do comprovante, novamente o preso indicava que, por não estar na cidade, mandaria um funcionário seu até o local indicado pelas vítimas para pegar o produto, ação essa que ficava a cargo dos dois motoristas de aplicativo que atuavam para o bando e já estão identificados. Os motoristas comparsas retiravam os produtos com as vítimas e encaminhavam até endereços indicados pelo chefe presidiário, onde aguardavam a destinação até a revenda para os receptadores do sistema penitenciário.

Foram apreendidos diversos objetos que apresentavam registros de boletim de ocorrência possibilitando contato e restituição às vítimas identificadas, bem como, muitos produtos oriundos dos golpes que não apresentam registro de Boletim de Ocorrência e permanecem apreendidos aguardando manifestação de eventuais vítimas e demais documentações comprobatórias para que se possa desencadear as ações de Polícia Judiciária cabíveis nesse cenário.

Além do interno identificado como autor dos crimes de estelionato, ainda foram identificados como receptadores dos produtos oriundos de golpe no site OLX outros seis internos, sendo apreendidos aparelhos celulares em posse de alguns deles que eram também utilizados na prática dos delitos e eram usados dentro da cadeia.

As investigações seguem em andamento, tendo sido providenciada a remoção da custódia dos presos do atual estabelecimento para outro com sistema mais rigoroso, bem como, existem ainda demais envolvidos na ação criminosa em identificação pela equipe da investigação e a devida apreensão de outros produtos obtidos por meio da ação delituosa.

Os presos foram conduzidos até a DECO onde prestaram seus esclarecimentos, foram formalmente cadastrados como autores dos crimes de estelionato e receptação nos boletins de ocorrência e retornaram ao sistema penitenciário. As vítimas que porventura tiveram sofrido qualquer tipo de golpe junto ao site do OLX ou envolvendo os dados aqui referendados, deverão entrar em contato com a Unidade Especializada para as devidas orientações e formalidades através do telefone (67) 3323-6900.

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