Polícia Federal detalha operação antidrogas que prendeu até policial

A Polícia teve como um dos alvos principais na operação “Laços de Família” desencadeada nesta manhã pela Polícia Federal em Mato Grosso do Sul e outros estados, o subtenente da Polícia Militar Sílvio César Molina Azevedo, lotado na unidade da PM em Eldorado. O militar está preso preventivamente e após interrogado em Naviraí, será encaminhado para o Presídio Militar Estadual – PME, em Campo Grande.

De acordo com a Polícia Federal, além do militar outros 34 mandados de prisão foram cumpridos, dos quais cinco em Mato Grosso do Sul e os demais em Goiás, Paraná, São Paulo e Rio Grande do Norte. Dados da operação foram fornecidos em coletiva na superintendência da Polícia Federal em Campo Grande. Segundo informações da PF a organização criminosa estava baseada no município de Mundo Novo e tinha o policial como um dos chefes.

A investigação dos federais revelou que o grupo se assemelhava à máfia, pois os principais cabeças integravam um mesmo grupo familiar e tinha mantinha estreita ligação com a organização criminosa paulista PCC, que age dentro e fora de presídios. O delegado da Polícia Federal em Naviraí, Nilson Zoccarato, relatou que a investigação ocorre desde de 2015 a partir de apreensões de grandes carregamentos de droga que eram remetidos da região de fronteira para diferentes regiões do Brasil, geralmente acondicionados em cargas aparentemente legais em carretas e caminhões.

Na contrapartida, a organização criminosa recebia veículos de luxo, joias e dinheiro através de depósitos em contas bancárias de “laranjas” e de empresas de fachada, como pagamento das cargas criminosas. O esquema, conforme a PF, garantia vida nababesca aos patrões do tráfico internacional de drogas, que impunham o temor e o silêncio na região, pela violência e poderio.

Conforme os federais, a sofisticação e ousadia da quadrilha era tamanha, que vinha utilizando cada vez mais, helicópteros para transportar joias e dinheiro usados como pagamento do bando. Tudo vinha de diferentes pontos do Brasil. Enquanto o policial seguirá para o PME, os demais presos serão encaminhados para o Presídio Federal e Penitenciária Estadual.