PSDB busca construir alianças e cogita oferecer cargo com foro a Temer

Correio Braziliense/Rodolfo Costa

Pré-candidato do partido, Geraldo Alckmin procura aproximação com partidos do centrão e, embora tenha dito na quinta-feira (17) que discutir aliança com o MDB seria “indelicado”, já estuda opções de diálogo com o MDB. Há quem defenda, em troca de apoio de Michel Temer, que o tucano ofereça ao presidente um cargo com foro para evitar que ele responda em primeira instância às denúncias da Procuradoria-Geral da República (PGR).

MDB à parte, Alkmin está ciente de que precisa ampliar alianças na mesma medida em que tenta enfraquecer a concorrência na corrida eleitoral. Para isso, o presidenciável admitiu ontem, pela primeira vez, a possibilidade de facilitar o porte de armas caso seja eleito. Ao menos em áreas rurais. Conhecido defensor do estatuto do desarmamento, o tucano espera atrair apoio de parlamentares da bancada ruralista e enfraquecer o adversário Jair Bolsonaro, do PSL.

A estratégia tucana é trazer para a campanha de Alckmin boa parte dos partidos do centro, já que o tucano é o pré-candidato com a maior parcela de intenção de votos, de acordo com pesquisas. Importantes líderes do centrão e do governo integram a bancada ruralista, bem como quase metade dos deputados do PR. O partido mantém conversas com o PSL, de Bolsonaro, e tem capilaridade no Nordeste, o que agrada o tucanato. A cúpula do PSDB sabe que precisa alinhar propostas suficientemente fortes para atrair aliados e evitar fortalecer a concorrência.

O discurso de Alckmin de armar agricultores foi adotado um dia após Bolsonaro afirmar que “todo homem do campo terá um fuzil” no que depender dele. O tucano procurou não ficar para trás e foi enfático, bem diferente da postura favorável ao desarmamento. “É claro que pode ter porte de armas. Na área rural até deve ser facilitado”, afirmou.

Segurança

A avaliação de Alckmin é que a vida no campo distancia as pessoas umas das outras e tal isolamento as torna alvo da criminalidade. A ideia inicial é regularizar quem tem porte ilegal de armas em zona rural, sem ampliar o direito para as cidades. O tucano afirmou que há um estudo sendo feito por integrantes da equipe responsável por elaborar propostas para a área da segurança.

Para aumentar a segurança no campo e combater as quadrilhas especializadas, Alckmin ressaltou ser importante aprimorar as investigações policiais. A pauta é, hoje, a principal demanda do setor do agronegócio no país. O discurso menos radical em relação ao de Bolsonaro agrada ao centrão. E essa é uma importante arma para o tucano pleitear voos mais altos nestas eleições.

O PSDB pretende unir outras pré-candidaturas de centro em torno da campanha de Alckmin. Partidos como o DEM, do presidenciável Rodrigo Maia, se negam a admitir oficialmente que desistirão da campanha no primeiro turno. Mas, nos bastidores, há uma costura sendo feita que prevê a renúncia de candidaturas com baixa popularidade por uma mais viável.

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