Raio mata 70 vacas e 23 garrotes de Jayme Campos

Um raio atingiu no último sábado (17), a Fazenda Bonanza, localizada no Pantanal mato-grossense, e matou, de uma única vez, 70 vacas e 23 garrotes da raça Nelore. Um prejuízo estimado em mais de R$ 200 mil. A fazenda de pecuária é do ex-senador e atual secretário de Assuntos Estratégicos de Várzea Grande, Jayme Campos (DEM).

O fato chama atenção para um problema meteorológico. O Estado é foco de raios, campeão nacional em incidência, de acordo com o Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe). As cidades mais visadas são Alto Araguaia, São José do Xingu, Santo Antônio do Leverger, Jaciara, Itiquira, Reserva do Cabaçal, Salto do Céu, Alto Taquari, Vila Rica e Alta Floresta.

O problema preocupa donos de 100 mil propriedades registradas como produtoras de pecuária bovina em Mato Grosso, que tem um rebanho de 30 milhões de animais, de acordo com informações da Associação dos Criadores de Mato Grosso (Acrimat). O ex-senador Jayme lamentou a ocorrência na fazenda, que fica entre Rosário Oeste e Barra do Bugres, na Bacia do Alto Paraguai, e confirmou que foi uma descarga elétrica.

Professor doutor da Universidade de Brasília (UnB), Alcides Leandro da Silva, engenheiro elétrico, que tem pesquisas de nível internacional sobre o assunto, explica que o raio não atinge diretamente o animal e que isso é improvável. “O que ocorre é que o atinge a árvore, debaixo da qual geralmente ficam escondidos da chuva, a corrente elétrica é conduzida ao solo, onde se espalha e aí sim atinge o gado, isso se explica como ocorrem mortes coletivas no pasto”, detalha o professor.

Na fazenda do senador Jayme Campos, foi justamente o que ocorreu. Começou a chover e o gado correu para debaixo da árvore, que funciona como um pára-raios. Só que pelo solo não tem como impedir o choque. Campos disse que isso já ocorreu também em outra fazenda dele, em Alta Floresta. Grupos de pesquisa tomam casos assim como objeto de estudo e calculam, matematicamente, a entrada da corrente elétrica no corpo da vítima. A intenção é mostrar como estas correntes afetam o sistema cardiovascular. A morte se dá por parada cardíaca. Outra intenção é achar saídas contra prejuízos.

Para evitar estas mortes, o professor orienta fazendeiros a instalarem galpão e ensinarem o gado a se dirigirem a eles quando chover. “Tem como domesticar”, afirma. Segundo ele, o investimento com o galpão é menor que as perdas com os óbitos. Um boi gordo custa algo em torno de R$ 3.900. Finalizando, ele dá um alerta. Animais atingidos não podem ser consumidos. “Ocorre eletrólise no sangue e putrefação mais rápida da carne. Tem que descartar”, orienta.

Fonte: Gazeta Digital

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