Senador Nelsinho Trad confirma viagem à região dos assassinatos de Bruno e Dom

O senador Nelsinho Trad (PSD/MS), relator da Comissão Temporária sobre a Criminalidade na Região Norte, confirmou, neste sábado, a ida do grupo à Amazônia. Os parlamentares que acompanham as investigações sobre as mortes do jornalista Dom Phillips e do indigenista Bruno Pereira vão desembarcar em Tabatinga na manhã do próximo dia 30. De lá, seguem para Atalaia do Norte e retornam no fim do dia a Brasília.

“Essa é uma situação que, realmente, toda a sociedade não quer que se repita mais. Estamos conscientes de que a entrada do Congresso Nacional neste contexto, no mínimo, vai servir para inibir a criminalidade na região amazônica. Além de identificar onde o Estado pode aprimorar o seu trabalho para, efetivamente, garantir segurança às comunidades mais vulneráveis e à sociedade como um todo”, disse o relator.

Deputados federais que integram a comissão criada na Câmara para apurar os crimes também irão com os senadores. Em Atalaia do Norte, os parlamentares vão se reunir com lideranças indígenas, representantes do Ministério Público, da Funai e da força-tarefa que investiga as mortes.

Na manhã de quinta-feira, deputados e senadores serão recebidos pela União dos Povos Indígenas do Vale do Javari (UNIVAJA) na sede da organização em Atalaia do Norte. Além da Univaja, participam da reunião o Observatório dos Direitos Humanos dos Povos Indígenas Isolados e de Recente Contato (OPI), a Coordenação das Organizações Indígenas da Amazônia Brasileira (COIAB) e a Indigenistas Associados (INA).

Nesta semana, em audiência pública da comissão do Senado, o procurador jurídico da Univaja, Eliezio Marubo, afirmou que a violência cresceu de forma expressiva na região amazônica nos últimos três anos. “Foi a partir de 2019 que as bases foram alvejadas, que nossa equipe passou a ser perseguida. Que passamos a receber ameaças, bilhetes apócrifos em nosso endereço. Grande parte dessas ameças nós formalizamos e levamos à autoridade policial”, denunciou.

Na mesma audiência, o presidente do Indigenistas Associados, Fernando Vianna, alertou para conexões com o narcotráfico internacional e de armas no Vale do Javari, que faz fronteira com o Peru e a Colômbia. “E o Bruno talvez tenha sido a pessoa que percebeu mais rapidamente o que estava em curso”.

O indigenista Bruno Pereira e o jornalista Dom Phillips foram assassinados no dia 5 de junho e os corpos encontrados dez dias depois. A despedida ao indigenista ocorreu em Recife na última sexta-feira. Já o funeral e a cremação do corpo do jornalista britânico Dom Phillips estão previstos para domingo.

A comissão temporária externa do Senado tem prazo de 60 dias para apresentar as conclusões. O relator, que também preside o Parlamento Amazônico, afirmou que o avanço da criminalidade na região é uma preocupação comum entre os oito países que compõem o colegiado.

“Foi impressionante a demanda que eu recebi dos colegas parlamentares dos outros países no que tange a denúncias, no que tange a pedido de esclarecimento, no que tange a organizar uma força-tarefa para garantir a segurança daqueles mais vulneráveis que vivem em território amazônico e coibir essas práticas ilegais de tráfico não só de drogas, mas de madeira, desmatamento, queimadas e pesca ilegal. Ou seja, situações que não condizem com aquilo que a gente sabe que deve ser a essência da Amazônia, a sua preservação e o seu respeito em função do que ela representa para o Brasil e para o mundo todo,” disse o senador Nelsinho Trad.

Assessoria/Neiba Ota

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