Equipe do 2º Batalhão de Choque resgatou, na manhã desta quarta-feira, (26), uma menina de 9 anos que havia sido raptada em Tramandaí, no Litoral Norte. A criança foi encontrada em uma loja de conveniência, dentro de um alçapão, e relatou ter sofrido abusos. O autor do crime, homem de 61 anos com antecedentes criminais, foi linchado e morreu no local. As buscas ocorriam desde a tarde de terça-feira, quando a menina sumiu enquanto brincava sozinha em uma praça na rua São Marcos, no bairro Parque dos Presidentes, por volta das 16h.
Ao anoitecer, a mãe da criança registrou um boletim de ocorrência sobre o desaparecimento. Além disso, os vizinhos espalharam cartazes pelo bairro e circularam com um carro de som que chamava pelo nome dela, mas não houve resultados. O padrasto da criança chegou a ir ao mercado onde ela era mantida refém. Ele conversou com o suspeito e estranhou o som alto e um arranhão no nariz do homem, mas não chamou os policiais de imediato.
O resgate
Na manhã desta quarta-feira, próximo às 10h, com informações do Setor de Inteligência da corporação, PMs do Choque encontraram a vítima. Ela tinha as mãos amarradas e estava dentro de um calabouço nos fundos do estabelecimento, que fica no mesmo bairro onde ocorreu o rapto e seria propriedade do suspeito. A vítima, ao perceber a presença dos policiais, gritou por socorro e indicou onde estava. O esconderijo ficava no chão, sendo camuflado por uma tampa de concreto e com caixas de cerveja em cima. O sequestrador teria oferecido um picolé para atrair a vítima. Quando a criança entrou no local, foi trancada na armadilha.
De acordo com o coronel Artur Marques de Barcellos, comandante do Comando Regional de Polícia Ostensiva do Litoral (CRPO Litoral), o calabouço tinha pouco mais de um metro de profundidade. O oficial adiciona que a menina, apesar do forte trauma que sofreu, passa bem. “Ela foi encontrada em um buraco concretado. Parecia um bunker, um cativeiro, com uma boca de 50 centímetros de largura e pouco mais de um metro de profundidade, e se estendia na horizontal. A tampa também era de concreto e ainda havia caixas com garrafas em cima. A menina foi prontamente socorrida e passa bem”, destaca o coronel Artur Marques de Barcellos.
Ainda segundo o coronel Barcellos, o resgate ocorreu a partir de relatos colhidos na vizinhança, denúncias via 190 e análise de imagens de câmeras de monitoramento. Ele conta que PMs foram ao lugar indicado e questionaram o suspeito, momento em que ouviram os pedidos de socorro da vítima. “Uma equipe da Operação Golfinho, com policiais militares do Choque e do Setor de Inteligência, esteve no estabelecimento para abordar o proprietário. Enquanto eles faziam a interação, ouviram os chamados de socorro da vítima e iniciaram as buscas”, detalha o comandante do CRPO Litoral.
Criminoso linchado
Dezenas de pessoas organizaram um protesto em frente ao estabelecimento. A população, no auge da fúria, invadiu o lugar enquanto a ocorrência ainda estava em andamento e passou a agredir o sequestrador. Ele foi atingido por chutes, socos, garrafas, tijolos e pedras. O estabelecimento e um carro dele também foram depredados. Os PMs, forçados por dever constitucional a impedir o linchamento, tentaram conter o tumulto com bombas de efeito moral, balas de borracha e gás lacrimogéneo. Um policial foi atingido por uma garrafa e teve ferimentos no braço. O homem chegou a ser socorrido com vida, mas morreu enquanto era atendido por uma equipe do Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (Samu). Na ficha dele estão feminicídio, tráfico de drogas, furto a veículo, crueldade contra animais e lesão corporal.
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