Correio Braziliense
O baque da queda de popularidade do presidente Luiz Inácio Lula da Silva, em pesquisa Datafolha divulgada na sexta-feira, aumentou a pressão do Centrão sobre o governo para uma reforma ministerial. Legendas, como PP, PSD, União e MDB cobram espaço no Palácio do Planalto e nas pastas de maior orçamento da Esplanada, mas esbarram, até o momento, na resistência de Lula em abrir mão de áreas estratégicas. Parlamentares de centro esperam conseguir maior espaço após queda vertiginosa na aprovação de Lula, de 11 pontos percentuais em apenas dois meses. Agora, apenas 24% da população aprova o presidente, contra 41% que o rejeitam — e 32% que o acham regular. Por sua vez, a base de Lula também avalia que é urgente fazer mudanças nos ministérios e apresentar projetos concretos, que recuperem a popularidade.
O Centrão tem grandes ambições para a reforma. Em primeiro lugar, quer um dos seus no comando da articulação política do governo, ou seja, na Secretaria de Relações Institucionais (SRI), atualmente chefiada pelo ministro Alexandre Padilha. O grande cotado é o líder do MDB na Câmara, Isnaldo Bulhões (AL), apoiado pelo novo presidente da Casa, Hugo Motta (Republicanos-PB) — que trabalha ativamente para colocá-lo no cargo. Para os partidos, Padilha e o governo, em geral, não vêm cumprindo acordos feitos com os parlamentares. Também estão na mira ministérios com os maiores orçamentos do governo. A ministra Nísia Trindade, da Saúde, é alvo de fritura desde o início do governo.
O Ministério do Desenvolvimento Social, de Wellington Dias, também é cobiçado — especialmente após ruídos entre Dias e o Planalto. O ministro anunciou publicamente que o governo estava estudando um aumento no valor do Bolsa Família, mas a Casa Civil e a Fazenda rapidamente negaram a possibilidade. Há pouca chance, porém, de esses ministérios acabarem na mão do Centrão, já que são estratégicos para o projeto de Lula. Eles devem ser usados para acomodar aliados, como Padilha, no caso da Saúde, para abrir espaço em outras áreas do governo. Parlamentares, porém, acreditam que a queda na popularidade pode dar mais força na negociação para os dois presidentes do Congresso.
Lula assumiu, nessa semana, a articulação da reforma, chamando Motta e o presidente do Senado, Davi Alcolumbre (União-AP), para um jantar fora da agenda, na quarta-feira. No dia seguinte, embarcou com Alcolumbre para o Amapá, onde tiveram a oportunidade de conversar a sós, no avião presidencial. Lula cogita também trocar os ministérios da Gestão e Inovação, de Esther Dweck, e do Desenvolvimento Agrário, de Paulo Teixeira. A decisão, porém, contraria aliados próximos ao presidente, que defendem a permanência dos dois ministros.
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