Lula busca saídas enquanto popularidade derrete

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva disse já ter escolhido quem vai comandar a Secretaria de Relações Institucionais no lugar de Alexandre Padilha, que assumirá a pasta da Saúde após a demissão de Nísia Trindade, na terça-feira. “Eu vou contar quando falar com a pessoa primeiro. Tudo vai acontecer no tempo certo”, afirmou. Entre os principais cotados para as Relações Institucionais, estão os deputados José Guimarães (PT-CE), atual líder do governo na Câmara, e Gleisi Hoffmann (PR), presidente do PT.

Com a reforma ministerial, iniciada com a demissão de Nísia Trindade, Lula tenta reorganizar o governo e reverter a crise de imagem que enfrenta. A popularidade do chefe do Executivo está derretendo, até mesmo em bases eleitorais do petista, como o Nordeste.
Levantamento da Genial/Quaest, divulgado nesta quarta-feira, mostrou que a reprovação de Lula superou a aprovação nos oito estados pesquisados, dois deles são Bahia e Pernambuco. Os piores cenários ocorreram em Goiás (70% contra 28%), São Paulo (69% contra 29%) e Paraná (68% contra 30%). Em seguida, vêm Rio Grande do Sul (66% contra 33%), Rio de Janeiro (64% contra 25%) e Minas Gerais (63% contra 35%), além de Bahia (51% contra 47%) e Pernambuco (50% contra 49%). Foram ouvidas 6.630 pessoas entre 19 e 23 de fevereiro, e a margem de erro é de três pontos percentuais — com exceção de São Paulo, onde a margem é de dois pontos.

Conforme o levantamento, Lula possui alta rejeição, de mais de 60%, nos maiores colégios eleitorais: São Paulo, Minas Gerais e Rio de Janeiro, em ordem decrescente. O estudo mostra, ainda, que, se disputasse eleição agora contra o ex-presidente Jair Bolsonaro (que está inelegível), o petista perderia em São Paulo, Paraná e Goiás, empataria em Minas Gerais, Rio Grande do Sul e Rio de Janeiro, e venceria apenas na Bahia e em Pernambuco. Outras pesquisas mostram quadro semelhante. O mais recente da Datafolha mostrou que a aprovação do presidente atingiu 24%, menor índice entre todos os mandatos. Além de acender alerta no governo pela necessidade de mudanças urgentes, a queda também preocupa o mercado pela possibilidade de ampliação dos gastos, com medidas populistas. Ante esse cenário, Lula quer ministérios com perfis mais políticos e que façam entregas marcantes na gestão dele. A própria Nísia ressaltou, nesta quarta-feira, que saiu da Saúde porque o presidente busca uma “mudança de perfil” na pasta.

Alimentos

Questionado sobre a popularidade em queda livre de Lula, o ministro da Casa Civil, Rui Costa, atribuiu o cenário ao aumento dos preços dos alimentos. “Em qualquer lugar do mundo, hoje ou ao longo da história, quando tem movimento de preços de alimentos, você mexe com a popularidade de qualquer governo. E nós precisamos ajustar e dialogar muito com os setores produtivos”, argumentou, num evento em São Paulo.

Ele também alegou comunicação deficiente das ações do Executivo. “A avaliação é também a percepção do que você está fazendo. Se as pessoas não têm informação, eventualmente não vão poder avaliar, se não conhecem. Precisamos aperfeiçoar essa informação, capitalizar essa informação e fazer com que as pessoas tenham conhecimento do conjunto de ações do governo.” Costa também sustentou que o cenário deve mudar até o meio do ano, devido à melhora da safra, que deve baixar o preço dos alimentos. O chefe da Casa Civil também reiterou o compromisso do governo com ajuste fiscal e negou aumento de gastos com medidas populistas.

Correio Braziliense

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