Vergonha: Em plena tragédia com a Covid e crise econômica, Fundo Eleitoral tem aumento de bilhões

Indiferentes às milhares de vidas perdidas e milhares de infectados com poucas chances de sobrevivência por conta da pandemia, por 40 votos a favor e 33 contra os senadores do Brasil aprovaram ontem o projeto de Lei de Diretrizes Orçamentaria (LDO) para 2.022, na segunda etapa do congresso.

Pouco antes, os deputados chancelaram a matéria por 278 votos a 145, com uma abstenção — como prevenção da covid-19, as votações ocorreram separadamente, no formato semipresencial. As discussões foram marcadas por críticas de parlamentares de diferentes correntes ideológicas à parte do substitutivo do relator, deputado Juscelino Filho (DEM-MA), que aumenta de R$ 1,8 bilhão para R$ 5,7 bilhões, em plena crise econômica e sanitária, as verbas destinadas ao Fundo Eleitoral em 2022. O projeto, agora, segue para sanção do presidente Jair Bolsonaro. Com a aprovação da LDO, o Congresso fica liberado para o recesso parlamentar, previsto para o período de 18 a 31 de julho.

O Fundo Eleitoral foi criado pelo Congresso em 2017, após o Supremo Tribunal Federal (STF) proibir, dois anos antes, doações de pessoas jurídicas a candidatos a cargos eletivos. De acordo com a legislação, recebem mais recursos do fundo os partidos com as maiores bancadas de deputados e senadores — PSL e o PT, no caso, seriam os principais beneficiados.

Líder da oposição no Senado, Randolfe Rodrigues (Rede-AP) considerou um “acinte aos brasileiros” aumentar as verbas para o financiamento de campanhas eleitorais. “Não é adequado, pelo momento que o país vive, o dramático e difícil momento que o país vive, nós estamos, hoje, com mais de 530 mil mortos na pandemia”, enfatizou. “Nós precisamos de um esforço gigantesco de todos os brasileiros, e um esforço, sobretudo, de recursos públicos. Aumentar o fundo eleitoral de R$ 2 bilhões para cerca de R$ 6 bilhões, a esta altura, soa como um acinte aos brasileiros. É o momento mais inadequado para isso.”

O senador Alessandro Vieira (Cidadania-SE) também reprovou a manobra. “É inaceitável que em meio à pandemia o Congresso aprove um novo aumento para o Fundo Eleitoral. São R$ 5,7 bilhões que poderiam ser investidos em programas como o auxílio emergencial e, agora, serão desperdiçados com campanhas eleitorais. Vergonha!”, frisou.

Já o senador Oriovisto Guimarães (Pode-PR) criticou o fato de, para cobrir o aumento dos recursos do fundo, terem sido remanejados 25% da verba da Justiça Eleitoral. Já o deputado Coronel Tadeu (PSL-SP) teme que a redução de recursos da Justiça Eleitoral prejudique os planos para implantação do voto impresso no ano que vem, ainda em discussão em comissão especial da Câmara.

Fonte: Correio Braziliense

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