Piloto do tráfico preso em Tocantins era procurado em Mato Grosso do Sul

Um dos homens presos pelas Polícias Federal e Militar de Tocantins na quinta-feira (12) em uma aeronave com 300 quilos de cocaína, o piloto Murilo Ribeiro de Souza Costa (32), é velho conhecido da polícia e estava sendo procurado por policiais civis da DECO – Delegacia Especializada de Repressão ao Crime Organizado. Fortemente ligado à aviação do narcotráfico Murilo já esteve preso do Paraguai, escapou algumas vezes de policiais em diferentes estados.

Em 2016 ele chegou a ser preso no Paraguai durante um suposto pouso de emergência em que dois homens conseguiram fugir. Atualmente alvo de investigações da DECO, ele é suspeito de estar ligado à aeronave Cessna prefixo PR-ATL apreendida em Campo Grande durante a Operação Ícaro, que resultou no desmantelamento de quadrilhas especializadas em adulterar aeronaves, reutilizar peças de aviões sinistrados com gambiarras que chegaram a provocar acidentes e mortes em Mato Grosso do Sul. A operação também resultou na apreensão de mais de uma tonelada de peças e até fuselagens que aparentemente seriam reutilizadas, inclusive sucata da aeronave acidentada com Luciano Huck e a família.

Murilo, agora preso no Tocantins com 300 Kg de cocaína

Murilo voou em Campo Grande com a aeronave Cessna 210 prefixo PR-ATL, apreendida pela DECO na oficina da Hora, onde foi estacionada por piloto contratado pelo proprietário apenas para fazer o traslado da aeronave para o hangar onde passaria por manutenção, mas que na verdade, segundo a DECO, seria instalação de equipamento definido como ilegal para o tipo de aeronave.  Ao ser apreendido em Campo Grande, o PR-ATL estava equipado com dois TIP TANK, equipamento proibido e geralmente utilizado por traficantes, pois aumenta em duas horas a autonomia de voo.

O Cessa há tempo não poderia estar operando, pois estava com IAM (Inspeção Anual de Manutenção) vencida. Por conta disso,  Murilo quando em voo utilizava prefixos de outras aeronaves para não despertar a atenção da Defesa Aérea e não ter embaraço da formalização de plano de voo.

“Dono” é frentista

A investigação da Operação Ícaro realizada pela DECO, apurou entre outras coisas sobre o Cessna 210 PR-ATL, que ele está registrado em nome de laranja. O dono “oficial” da aeronave avaliada em R$ 600 mil, trata-se de um frentista em posto de combustíveis no Paraná, com salário de R$ 1,2 mil.

O homem teria recebido a proposta de ganhar R$ 5 mil para “emprestar” o nome, mas acabou recebendo apenas R$ 2 mil e hoje vive com medo de represália. O verdadeiro dono da aeronave seria morador no Paraguai. A DECO ainda investiga onde foi instalado o kit TIP TANK, havendo suspeita de que a adaptação tenha ocorrido em Campo Grande mesmo.

Prisão no Paraguai em 2016 com o mesmo avião, mas em detalhe azul na cor

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