Piloto que simulou roubo e sequestro com aeronave é preso pela DECO

A Polícia Civil de MS, através da Delegacia Especializada de Combate ao Crime Organizado – DECO, desencadeou na manhã desta sexta-feira (17), mais uma etapa da “Operação Ícaro” fase Rota Caipira. A operação ocorre por conta de representação criminal pela delegada titular da DECO, Ana Cláudia Medina junto ao Poder Judiciário de Paranaíba.

Foram solicitadas prisões preventivas de integrantes de organização criminosa especializada em narcotráfico aéreo na cidade de Paranaíba, desencadeada com apoio da Delegacia regional de Paranaíba. Tiveram prisões preventivas decretadas o piloto Edmur Guimara Bernardes, 78 anos e o recepcionista de hangar Idevan Silva Oliveira, de 53 anos, funcionário público municipal.

Os dois denunciaram na Polícia Civil, no ano passado, ocorrência de cárcere privado de Idevan na recepção do aeroporto e roubo da aeronave matrícula PR-NAL que acabou decolando do local pilotada por Edmur, com a mesma alegação de sequestro quando, no dia seguinte, reapareceu afirmando ter conseguido fugir dos sequestradores e ladrões de aviões, em uma pista na Bolívia retornando ao Brasil, pousando em Cáceres, Mato Grosso.

Após o pouso Edmur se apresentou na Polícia Federal sendo ouvido e liberado, chegando pousando em Paranaíba no final da manhã do dia 20 de junho do ano passado no comando da aeronave roubada PR-NAL. O piloto foi recebido sob grande comoção social, tendo sido a aeronave apreendida e a investigação repassada para a DECO.

Uma equipe da DECO acompanhada de perito criminal foi até Paranaíba no dia 24 onde de imediato realizou a reprodução simulada (reconstituição) dos fatos com o piloto Edmur, que afirmava ter sido rendido e sequestrado ao sair de casa e teria sido obrigado dirigir sua caminhonete até o aeroporto, onde teria sido obrigada a abrir o hangar onde tinha livre acesso, pois era o piloto que prestava alguns voos nas aeronaves do proprietário do hangar, de onde alegava ter sido obrigado a decolar a aeronave PR-NAL na companhia de dois sequestradores, tendo seguido de Paranaíba até o Paraguai e de lá para Bolívia, sob argumento de que teria resgatado uma liderança criminosa na fazenda paraguaia para deixa-la em área rural na Bolívia, de onde, com um descuido dos seus sequestradores, teria fugido corrido até a aeronave, dado partida e decolado retornando ao Brasil.

O funcionário público Idevan, até então encarregado da recepção do aeroporto municipal, na reconstituição do caso disse que teria sido rendido e mantido trancado e amarrado, de onde teria conseguido desvencilhar se de um fio de mouse que o prendia e reportado os fatos ao proprietário do hangar e da aeronave, que foi quem acionou a Polícia Civil.

Diante das versões divergentes apresentadas e demais fatos levantados nas investigações que incluíam analise de imagens do circuito interno do hangar, a delegada Ana Cláudia Medina representou por mandados de busca e apreensão em residências, fazendas e hangares do aeroporto de Paranaíba, bem como pelas prisões de Edmur e de Idevan que acabaram prorrogadas até julho de 2019.

A DECO manteve em sigilo a prisão preventiva representada em desfavor de Adevailson Ribeiro, o “Zoio”, integrante de facção criminosa e atuante na região de Birigui, cumprida pelos policiais no final do mês de junho passado na residência do mesmo na cidade de Birigui/SP, pois a investigação identificou que “Zoio” seria um dos integrantes da organização criminosa que decolou a bordo da aeronave na companhia do piloto Edmur no dia 18 sob alegação de roubo de aeronave e sequestro de piloto, tendo “Zoio” sido recambiado para Mato Grosso do Sul, onde foi interrogado pela equipe DECO.

Interrogado, confirmou a participação do piloto e do recepcionista que se declaravam vítimas, inclusive indicando que o autor intelectual de toda a encenação em torno do que fora registrado pelas câmeras de monitoramento foi o próprio piloto Edmur, que há dias coordenava com os demais integrantes do grupo o falso enredo para justificar o uso da aeronave de seu patrão para atravessar as fronteiras do país transportando integrantes de facção criminosa predominante nos presídios nacionais, para atuação em tráfico de entorpecentes na Bolívia e Paraguai, agindo no tráfico aéreo de drogas e depois retornar ao Brasil como se fosse um herói que conseguiu vencer o crime e criminosos internacionais.

Prisão

Nesta etapa da Operação Ícaro, fase Rota Caipira deflagrada no início da manhã de hoje com apoio da Regional de Paranaíba, a DECO deu cumprimento a novo mandado de prisão em desfavor do piloto Edmur, agora preventiva, bem como, promove diligências para localização do servidor público Idevan, também apontado como autor dos fatos, com a missão de facilitar toda a trama criminosa no local.

Comparsa afirma que Edmur orquestrou toda a trama para uso do avião em crime.
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